mercredi, janvier 17, 2007

Hoje ja e amanha?

Ja e noite e meus olhos foram lavados. Quando, enfim, os fecho e viro pro lado o relogio desperta.

samedi, novembre 11, 2006

"O Tempo eh o modo como as arvores crescem"

Pessoas emocionalmente abaladas nao dever ser levadas em consideracao, portanto, nao me levem. Nem pessoas que nao dormem, ou ficam a observar a oscilacao de temperatura de um ar condicionado. Minha condicao neste exato momento.
Ele usava camiseta tai dai e colar de dentes de madeira quando o conheci. Acho que tinha um piercing na sobrancelha. O vi entrando em alguma sala de aula dos predios novos da faculdade. Lembro ter murmurado alguma coisa babaca, coisa de veterana pentelha. A noite o vi numa festa na "casa verde". Aspirando o que hoje chamamos "tudo de si", mas numa versao mais terra. Impressionante como tenho essas duas imagens tao claras na minha memoria. A ultima um pouco mais contida, em uma mesa de boteco perto de casa. Muita falta vai fazer. Lembranca apos lebranca...

"You don't think about it,
You don't do without it,
because you're beautiful,
And if your baby's going crazy
that's how you made me,
la, la, la, la...."

samedi, septembre 23, 2006

Who Killed Hector Mann?

Acho que não posso me considerar uma pessoa notívaga, trabalho a noite, mas não produzo nada. Abandonei o sono a cerca de duas semanas e não há esperança de recuperá-lo, pelo menos por enquanto. Coisas legais aconteceram e não ganharam destaque aqui, mas fui a vários shows legais, com pessoas legais, que com certeza vão ficar guardadas naquela parte do cérebro em que guardamos coisas legais.
Mas coisas estranhas também acontecem, fantasmas do passado que rondam o presente. Fica a dúvida da razão, e a certeza de que o duplicado existe. Não igual, apenas duplicado. Imaginem, por exemplo, encontrar alguém igual a você (no meu caso isso acontece todos os dias). Começa igual, com um olhar, uma voz, o andar. Logo se percebe as diferenças, ainda bem. Chega a ser meio assustador. Enfim, vidas distintas.
Descobertas tardias: Clap Your Hands Say Yeah! & Vanguart. Sim, eu acredito no semáforo.

vendredi, août 11, 2006

Eloísa para Abelardo

Só para esclarecer porque tanta melancolia: boa parte dela se deve a minha falta de memória. A dramaticidade que coloco em minha vida se deve a falta dela.
Mas não podemos comprá-la em farmácias, certo? Me resta força-la, tentar tirar dela coisas que não consigo, falta de certeza na realidade já vivida. Gostaria de ter uma HD na minha cabeça, da qual pudesse me lembrar de momentos da minha vida.
A perda de memória parece aumentar a sensação de perda, e isso me deixa profundamente triste. Medo de esquecer. Talvez por isso Joel tenha se arrependido. Parece saudosismo barato, mas garanto que não. Apesar de simpatizar com Nietzche, tenho que discordar: não somos abençoados por esquecer. Pagaria pelo caminho inverso. Mas não digo isso com a intenção de tempo perdido. Pelo contrário, é só um pouco de perplexidade, talvez. Apenas vontade de lembrar, porque afinal já fui resgatada do ventre da baleia. “Durma com os anjos...”.

dimanche, juillet 30, 2006

Da natureza do acaso #1

A chegada de 25 invernos novas experiências são somadas, muitas delas para alimentar minha sanidade mental, ou parte dela. O acaso é que Nick Drake (morto aos 26) cruzou meu caminho e instalou um grande e apertado nó em minha garganta. Ceticismos à parte, a verdade é que por acaso eu acabaria cruzando com ele. Acima do Equador ou em “Uma longa queda” do Nick Horby. Quanta tristeza esperar de quatro suicidas em uma noite de ano novo em Londres? Muita, com certeza muita. O bom do acaso é que não precisa de muita observação. Ele acontece e pronto. Em determinado momento um amigo suicida coloca Nick Drake pra você ouvir e aí... “Cara, parece que o sujeito sintetizou toda a melancolia do mundo, todas as mágoas e todos os sonhos frustrados, e jogou a essência em uma garrafinha e a fechou com uma rolha de cortiça. E quando ele começa a tocar e cantar, ele tira a rolha e dá pra sentir o cheiro. Você fica grudado na cadeira, como se tivesse ali uma parede de barulho, mas não tem – é tranqüilo e você nem quer respirar pra não afastar o clima...”. Para excêntricos: The Royal Tenenbaums, Luke Wilson cortando os pulsos. Porque melancolia e tristeza são bens necessários. E não estamos prontos para morrer, ainda.

lundi, juillet 17, 2006

Nada é o bastante

Já que tenho falado muito sobre nada ultimamente, vou aproveitar o gancho para falar de Nada, una película de Juan Carlos Cremata. Por incrível que pareça não é o tipo de filme que iria para a minha prateleira de filmes cruéis, pelo contrário. Um filme para tocar almas femininas. A heroína, Carla Perez (leve coincidência com nossa nativa bailariana) conserva algo de Amelie Poulain, mas aqui ela é cubana e leva uma vida fodida num país de terceiro mundo comunista. Trabalha em uma agência dos correios e tem como passatempo ajudar pessoas. Ela é neurótica, histérica, se veste mal, mas de imediato é possível se identificar. Para ajudar desconhecidos a viverem um pouco mais felizes ela rouba as cartas da agência e as modifica. Há instantes de alegria, de comédia (muita por sina, beirando a Monty Phyton). Uma Cuba em preto e branco pop, atual e caricatural. Com alguns elementos coloridos e de animação. Trilha sonora fantástica. Vontade de receber uma carta dela. Nada.

vendredi, juillet 14, 2006

Porque alfinetes não são fortes o bastante

Bom chegar em casa levemente bebinha e redescobrir coisas antigas, ou nem tanto, mas que despertam pequenas alegrias. Falo isso pela redescoberta de mais um cd esquecido na prateleira, em especial uma música: What Katie Did, do Libetines. Do tipo que impregna, vontade de ficar cantarolando o dia inteiro. Para os que realmente acreditam que a audição é o melhor dos sentidos...

"..But it's a cruel, cruel world A cruel, cruel world ..."